terça-feira, 19 de agosto de 2008

Quando a parede é uma rocha *

Escalar em rocha é o esporte de Orlei Jr., 25 anos. De 93 a 97 conquistou nove novas rotas alternativas no estado. A vida dele é totalmente dedicada a esta prática. Faz Educação Física no IPA e trabalha como instrutor e guia de escalada em rocha. Nos finais de semana pratica com os alunos. Nas férias de julho sobe rochas do centro do país e no recesso de janeiro escolhe montanhas no exterior. "Quando comecei, em 91 não havia tantos equipamentos. Hoje, com 500 dólares se compra capacete, cadeirinha, mosquetões, corda, fita e sapatilha".

Em julho deste ano, Orlei venceu a maior parede de escalada livre do Brasil. O Pico Maior de Salinas, com 2.150 metros, em Friburgo/RJ. A jornada durou 16 horas. "Este foi a maior via de escalada que fiz na minha vida. Foi a mais difícil em termos psicológicos, físicos e técnicos". Ele também percorreu os 1.692 metros do Dedo de Deus, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no RJ. O cerro Catedral, em Bariloche e o Tronador, fronteira da Argentina com o Chile, estão nos planos do próximo verão.

Mesmo sendo um apaixonado pelo que faz, Orlei sente medo. "Encaro o medo como se fosse uma bola, quando chega perto chuto para mais longe, e assim por diante".

A campeã gaúcha de escalada esportiva em 95, Paula Amaral, 23 anos, que pratica este esporte desde 89, pretende ser a primeira gaúcha a atingir o topo do Aconcágua, na Argentina. Ela conhece todos os pontos de escalada do estado. E já se aventurou por Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Argentina.

O esporte renova a alma de Paula. É o espaço onde ela supera suas fronteiras. Para pisar no cume da maior montanha da América Latina, Paula caminha 2 horas por dia, pratica natação, escalada esportiva, além de suas atividades na faculdade.

O estudante de medicina Eduardo Ren Fontoura, 25 anos é adepto de escalas em Rocha e trekking em alta montanha (acima de 4.500m). Suas maiores façanhas foram chegar ao cume do Aconcágua e escalar o Dedo de Deus e o Pico Maior de Salinas. "Escalar em alta montanha é um jogo de paciência. Muitas vezes são dois passos para frente e um para atras".

* Matéria de Stella Máris Valenzuela publicada no Extra Classe de dezembro de 98.

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