domingo, 17 de agosto de 2008

Atacama: um dos desertos mais áridos do mundo*

Viajar pelo deserto de Atacama é um programa bastante atrativo para aqueles que apreciam o sabor da aventura. Situado no norte do Chile, o Atacama é uma das regiões mais áridas do mundo. Lá se pode contemplar as estrelas e sentir o frescor da brisa sem correr o risco de ser assaltado. A 1600 quilômetros de Santiago, em estrada de excelente asfalto, tem um lugar chamado São Pedro de Atacama. O atrativo do local é o museu arqueológico Reverendo Padre Gusmão Le Paige, que reúne mais de 300 peças antropológicas, uma amostra da sociedade atacamenha. Lá também se pode ver as múmias da época pré-incaica, de três mil e quinhentos anos, algo surpreendente.

Em São Pedro de Atacama não existe hotel, mas os turistas são bem acolhidos em casas de famílias. Caso prefiram melhores acomodações, a opção é hospedar-se em Calama, cidade mais próxima a menos de 100 quilômetros. Come-se muito bem no único restaurante que há no lugarejo. O cardápio sofisticado é preparado pelo próprio dono, um francês que trocou o primeiro mundo pelo deserto.

Por motivo de economia de energia, as luzes da cidade se apagam às 22h. Mas a noite não termina. As lanternas e velas se encarregam de dar o tom ao ambiente. E o momento é próprio para ouvir as musicas folclóricas numa pequena casa de espetáculo.

O orgulho dos moradores é uma pracinha repleta de rosas e girassóis em frente à igreja e feira de artesanato.

Percorrendo o interior desta comunidade, por uma estrada de chão batido se chega ao “Valle de la Luna”, que resistiu à chuva por 400 anos. Suas montanhas coloridas formam esculturas naturais, oferecendo uma paisagem singular. No “Valle de la Luna” se deve abusar do protetor solar e não dispensar um lenço para cobrir o rosto, pois o constante vento e a areia castigam a pele. A escassez de chuva provoca em alguns pontos do deserto rachaduras na terra e as fendas chegam até a dois metros de profundidade.

Para atravessar o deserto de ônibus ou carro é fundamental levar água potável e algum alimento não perecível, pois se roda muitas horas até encontrar um restaurante à beira da estrada. Com asfalto de causar inveja às estradas gaúchas, o deserto segue solitário até Arica, última cidade do Chile, que faz fronteira com o Peru.

Por Stella Máris Valenzuela - 4983

* Este texto foi escrito no retorno desta viagem, em 1994.

Nenhum comentário: