quinta-feira, 17 de abril de 2014

Moscou: cultura, história e muito mais












Por longos anos, a Rússia constou na minha lista de países prioritários à visitação. Um dia, porém, é preciso parar de sonhar e partir. Embarquei numa aeronave da TAP, num voo direto de Porto Alegre a Lisboa, no final de uma tarde chuvosa de setembro de 2012 e aterrissei com sol no velho continente, às 11h do dia seguinte. Como o voo para Moscou só saia às 18h, decidi, por comodidade, pernoitar na capital lusa. Tive tempo suficiente para um belo passeio pela pitoresca cidade.

Segui viagem pela aviação portuguesa. A pessoa contratada para conduzir-me do aeroporto Domodedovo ao hotel estava no desembarque. Irina tem um espanhol irretocável. De modo que, durante o percurso, engatamos num diálogo esclarecedor. Eu necessitava de detalhes para circular pelo país de Tchaikovsky e ela com suas curiosidades sobre o Brasil.

Revigorada com o banho, estava pronta para explorar o desconhecido. Como ocorre em cidades europeias, a cartografia de Moscou conta com aneis viários. Nestas grandes avenidas de alta velocidade não há semáforos. Os pedestres usam as passagens subterrâneas, um recurso civilizado e de agradável circulação.

No trajeto à Praça Vermelha percorri a Nova Arbat, uma movimentada rua construída por Stalin. Para o retorno, preferi a deliciosa via de pedestres, Stary Arbat, onde desenhistas oferecerem suas artes ao lado de vendedores de flores, de livros e de lojas com típicas mamuskas e antigos ovos fabergé.

A Praça Vermelha é imensa. O marco zero de Moscou localiza-se justamente no pórtico de entrada desta histórica área. Lá está o mausoléu do Lênin. O Kremlin é uma gigantesca fortaleza cercada por muralhas e com vinte torres de observação, sendo a do Salvador a principal. O seu interior reúne palácios e importantes igrejas com primorosas pinturas ortodoxas. E tudo isto a poucos passos do navegável Rio Moscou.

A catedral de São Basílio é, sem dúvida, um dos prédios mais lindos desta cidade palco de cenas do filme Anna Karenina. São Basílio é uma verdadeira obra de arte edificada em 1500 para celebrar a vitória do czar Ivan, o terrível, sobre os tártaros. Depois de concluída, ele ordenou cegar os olhos do arquiteto idealizador para que o mundo nunca mais visse algo tão belo. Emocionante apreciar o prédio.

Outra edificação de destaque na Praça Vermelha, cujo significado é bonita, é a loja Gum. Erguida em 1800 e de importante mercado à época soviética, transformou-se num shopping de grifes famosas. A Catedral Cristo Salvador, o teatro Bolshoi e estações do imperdível metrô também estão próximos a este local de onde emana todo o poder russo.

Penso que superlativa é uma palavra possível de sintetizar a Rússia. Lá tudo é grandioso: as avenidas, os prédios, os museus, a arte, sem falar no legado de Tolstói, de Dostoiévski, de Tchekhov, do poeta Maiakovski. Uma viagem no tempo, recheada de história, de arte, de cultura, contrastando com um indigesto McDonald´s bem no coração de Moscou.

Nenhum comentário: