sábado, 22 de outubro de 2011

Dervixes rodopiam para entrar em êxtase e se libertar da dor da vida




Discípulos do poeta e mestre Mevlâna, os dervixes rodopiam para entrar em estado de êxtase de amor universal e se libertar da dor da vida. Em busca de elevação, eles comem menos, falam menos, dormem menos e rodam com suas saias brancas e seus chapéus em formato de cone. Esta seita sufis sobrevive na Turquia mesmo após o ex-presidente Atatürk, pai dos turcos, ter banido o sufismo em 1925. Assistimos uma cerimônia numa caverna adaptada para casa de espetáculos.

Mevlâna deixou de herança 25 mil poemas. A obra é lida nos alojamentos antes dos rodopios, que são feitos com reverências e saudações. Tudo tem um significado. A saia branca representa a mortalha do ego e o chapéu o túmulo do ego. Para eles, a música que embala seus corpos é o sopro de Deus.

Outro ponto alto do show na caverna foi a dança do ventre apresentada por Clara, uma brasileira que trocou o Rio de Janeiro pela Capadócia. A arte desta bailarina encanta turistas do mundo inteiro. Ela domina cada músculo do corpo e, com graciosidade, exibe seus passos precisos. É um espetáculo que vale a pena.

Seguimos viagem pelo interior e, em Konya, visitamos o monastério e o museu dos dervixes. Lá vimos o túmulo de Mevlâna, o salão cerimonial e exposições de objetos e manuscritos. Também conhecemos a cozinha, onde eles costumavam cheirar os alimentos até o aroma inibir o apetite. (Fica aqui a dica para quem quer emagrecer). O fundador do sufismo, filosofia de união espiritual e de amor universal, morreu em Konya em 1273. Mas, ainda hoje atrai curiosos de todos os continentes.

* Fotos da Luciene, minha companheira de viagem.

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