sexta-feira, 5 de março de 2010

Fronteira com a Jordânia





Quem viaja para aquela localidade sabe que ingressar em avião e atravessar fronteiras exige paciência e sangue frio. Quando estávamos quase chegando à fronteira norte entre Israel e Jordânia, pouco antes de atravessarmos a ponte Rei Hussein, o nosso guia chamado Israel contou que, há muitos anos, um soldado jordaniano havia metralhado um ônibus com adolescentes judias. Disse também que o próprio rei da Jordânia pediu desculpas, foi ao enterro das meninas e trocou os guardas da fronteira por homens da sua própria guarda pessoal. Na seqüência, acrescentou que Israel e Jordânia mantêm boas relações diplomáticas. De toda forma, ele nos levaria somente até a fronteira do lado de Israel.

Do lado israelita, os guardas fortemente armados andam a paisana. Chamou-me a atenção um rapaz de uns 26 anos de idade com uma calça de sarja, uma camiseta e uma metralhadora a tiracolo. Não tenho interesse em saber a potência da arma, mas que não era de plástico, ah, isso não. A guarda israelita também vistoria com espelho debaixo do ônibus.

Despedimo-nos do guia Israel e dali em diante fomos a pé, carregando nossas próprias malas até chegarmos ao controle de ingresso na Jordânia e embarcarmos no ônibus da empresa que nos transportaria no território do reino hashemita da Jordânia.

No controle de fronteira da Jordânia, os passageiros são fotografados e os passaportes só são devolvidos pelo guia quando se está dentro do ônibus. Quando retornamos a Israel pela fronteira sul, onde atravessamos a ponte de Allemby, os nossos passaportes não foram carimbados com o registro de saída do país porque a Jordânia entende que o lado de lá é terra ocupada, portanto, não a reconhece como território de Israel.

No retorno a Israel, o ônibus circulou várias vezes naquela área de fronteira para ser fotografado e as bagagens foram radiografadas por amostragem.
Trata-se de uma região de conflitos milenares que tratarei em outra matéria. É uma longa história que eu tive a curiosidade de conferir de perto e senti o calor da panela de pressão.


Não é permitido fotografar na fronteira, claro.

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