quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Machu Picchu, Trilha Inca e Águas Calientes: uma aventura para não esquecer nunca mais




A Trilha Inca foi uma das melhores aventuras que já fiz. A gente vai de trem de Cuzco até o quilômetro 88. Dali pra frente são quatro dias descendo e subindo montanhas. O primeiro dia é de muita expectativa. Não se sabe o que vamos encontrar pela frente. Caminha-se numa trilha não muito íngreme. O recomendável é seguir, pelo menos, em dupla. Cada qual tem seu ritmo de caminhada. Sempre encontramos parceiros com quem se pode compartilhar a mesma velocidade.

O bom de tudo é que os carregadores levam as barracas, os sacos de dormir e as mochilas por um valor bem baixo. Quando se chega ao acampamento, as cabanas de pano já estão devidamente montadas e a comida pronta. Uma sopinha ou uma massa.

O segundo dia é o mais desafiante. Inicia-se cedo o percurso e sobe-se até os 4.200 metros. Haja fôlego. A gente olha para cima e o topo está logo ali. Mas, não se chega nunca. No trajeto final o ar fica mais rarefeito, fazendo com que se pare a cada quatro passos. Chegar aos 4.200 é muito emocionante e mexe com os sentimentos da gente.

Quando estava lá em cima, achei que iríamos acampar na parte baixa. Nada feito. Era preciso subir outra montanha. Uma amiga me dizia, caminha, caminha sem olhar para a montanha que teremos de subir. Para dar forças, a gente vai comendo pedaços de chocolate, bebendo água, mascando folha de coca e degustando umas frutas secas.

Já o terceiro dia. Ah, o terceiro dia. Para mim, o melhor de todos. A subida não é tão exaustiva, e se sabe que no dia seguinte termina a aventura com nossa entrada em Machu Picchu, o maior sítio arqueológico da América Latina. O trajeto do último dia é pequeno, comparado aos demais. E eis que de repente se vê diante dos olhos nada mais, nada menos do que a magnífica Machu Picchu, montanha venha, e a Huyana Picchu, montanha jovem, que é a mais alta. O momento emocionante convida a abraçar os companheiros de caminhada. Afinal, vencemos e chegamos ao destino percorrendo o mesmo trajeto, que há muitos anos os incas faziam para aportar em sua cidade sagrada.

Após visitar as ruínas, situadas a cerca de 150 quilômetros de Cuzco, a gente desce para Águas Calientes para desfrutar de um bom banho e comer um ótimo prato de comida, requinte que não tivemos nos dias anteriores. Embora haja muita água no decorrer da trilha, o frio inibe o banho.

O Peru é tudo de bom. Lá, além das cholas com seus chapéus,a gente vê as llamas, as alpacas, as vicunhas e os guanacos. Voltei para o Brasil, mas a minha alma ficou no Peru e veio bem devagar, chegando aqui por volta de um ou dois meses depois. Uma viagem que deixou muitas saudades dos lugares e dos companheiros de aventura. Vá conhecer o Peru e não te arrependerás.

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